«Maria levantou-se
e partiu apressadamente.»

Este breve versículo do Evangelho de S. Lucas é o tema da próxima Jornada Mundial da Juventude. Em agosto do ano passado, o Papa Francisco publicou uma bonita mensagem para a Jornada que convida a olhar para Nossa Senhora quando era jovem. Não existem palavras irrelevantes nos Evangelhos. A pressa de Maria para estar quanto antes junto da sua prima idosa fala-nos do seu coração generoso, da sua capacidade de tomar decisões que comprometem o seu modo de agir, da sua alegria interior que deseja partilhar. Evoca também a sua juventude. É uma mulher muito jovem que percorre com urgência a longa distância entre Nazaré e a casa de Isabel. Que tipo de pressa é esta?

Na Mensagem, o Papa distingue entre uma «boa pressa» e uma pressa leviana e superficial:

«Uma pressa boa impele-nos sempre para alto e para o outro. Mas há também uma pressa não boa, como, por exemplo, a pressa que nos leva a viver superficialmente, tomar tudo levianamente sem empenho nem atenção, sem nos envolvermos verdadeiramente no que fazemos; a pressa de quando vivemos, estudamos, trabalhamos, convivemos com os outros sem colocarmos nisso a cabeça e menos ainda o coração. Pode acontecer nas relações interpessoais: na família, quando nunca ouvimos verdadeiramente os outros nem lhes dedicamos tempo; nas amizades, quando esperamos que um amigo nos faça divertir e dê resposta às nossas exigências, mas, se virmos que ele está em crise e precisa de nós, imediatamente o evitamos e procuramos outro; e mesmo nas relações afetivas, entre noivos, poucos têm a paciência de se conhecerem e compreenderem a fundo. E, a mesma atitude, podemos tê-la na escola, no trabalho e noutras áreas da vida quotidiana. Ora, todas estas coisas vividas com pressa dificilmente darão fruto; há o risco de permanecerem estéreis».

O mês de maio convida-nos a olhar para Maria e a passar mais tempo com Ela para aprender o que é uma «boa pressa». Para isso, proponho que todos rezemos o terço sem pressa, com o sossego interior que facilita deter o olhar em Jesus e em Maria. À luz da vida do seu Filho, Ela ajudar-nos-á a discernir o que são «boas pressas».

Pe. João Paulo Pimentel