O momento alto da Jornada Mundial da Juventude será a Missa dominical com o Santo Padre. Na Celebração eucarística, seremos plenamente conscientes de estar ali reunidos não “apenas” em redor do Santo Padre – o representante visível de Cristo na terra – mas centrados no próprio Cristo.

De facto, a razão última daquele grande encontro é Ele, Jesus. A presença do Santo Padre entre nós contribui poderosamente para valorizar a presença real d’Aquele que ele representa e reaviva em nós a consciência de que Alguém quer mesmo estar connosco e ver-nos unidos em seu nome.

Se, durante estes meses de preparação, o entusiasmo por receber o Papa entre nós gera inúmeras iniciativas e trabalhos realizados com tanta alegria, e que repercutem no modo de rezar, de estar e trabalhar com outros e para outros, que nos deveria suceder quando consideramos que vamos receber Deus na Hóstia consagrada? O entusiasmo pela nossa participação em cada Eucaristia não poderá crescer muito mais?

Em segundo lugar, para nós é impensável que a JMJ fique confinada a uma semana do ano sem deixar depois nenhuma marca nas nossas vidas. Não deveríamos então aprender das expectativas que a JMJ projeta nas nossas vidas e reforçarmos a esperança nos encontros com Cristo na Eucaristia? Que consequências deveriam surgir na vida depois de nos aproximarmos do Mistério eucarístico, seja na Missa, na adoração ou na Procissão do Corpo de Deus?

Transcrevo umas palavras luminosas de Bento XVI: “É importante salientar aquilo que os padres sinodais designaram por coerência eucarística, à qual está objetivamente chamada a nossa existência. Com efeito, o culto agradável a Deus nunca é um ato meramente privado, em consequências nas nossas relações sociais: requer o testemunho público da própria fé. Evidentemente isto vale para todos os batizados, mas impõe-se com particular premência a quantos, pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais como o respeito e defesa da vida humana desde a conceção até à morte natural, a família fundada sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas. Estes são valores não negociáveis.”

Tanto a preparação para o encontro com Cristo na Eucaristia como, mais ainda, o facto de O recebermos na Comunhão, devem ter consequências em nós. Peçamos a graça de que o nosso modo de pensar, de conviver, de trabalhar seja coerente com Cristo que vive em nós. A luz da JMJ pode contribuir para darmos mais relevo à festa do Corpo de Deus.

Pe. João Paulo Pimentel