Do pároco

O lema da Jornada Mundial da Juventude de 2023 recolhe as palavras do Evangelho de S. Lucas: «Maria levantou-se e partiu apressadamente». Partiu para onde? Maria dirigiu-se para casa de Zacarias e Isabel, uma viagem de vários dias, talvez não isenta de perigos, com o fim de acompanhar a sua prima nos últimos meses da gravidez.

Na preparação da próxima JMJ em Lisboa todos desejamos adotar uma atitude semelhante à da jovem Maria. Não queremos ficar à espera, «a ver o que vai suceder», mas desejamos envolver-nos, mesmo que isso suponha sair do «terreno» seguro em que habitualmente nos movemos.

A mensagem do Senhor Patriarca, de 29 de junho passado, faz-nos sonhar com os frutos tanto da preparação como da própria JMJ: «Refiro-me ao rejuvenescimento eclesial que proporciona uma JMJ, quer pelos destinatários, quer pela orientação do que fizermos no sentido de revivermos com entusiasmo a constante juventude que Cristo oferece à sua Igreja. Com Cristo, mesmo ao velho Nicodemos se propôs nascer de novo.»

Não se trata, portanto, de nos limitarmos a receber com alegria, no nosso país, milhares de jovens de todo o mundo para um evento mundial de oração. Queremos todos rejuvenescer, deixar que Cristo faça em todos nós «algo novo» que nos permita experimentar mais uma vez a frescura da mensagem de Jesus.

Como se trata de caminharmos todos juntos, gostaria de vos ir convidando a ler (ou reler) pouco a pouco, a Exortação do Papa Francisco dirigida aos jovens, Cristo vive! Para este mês, proponho-vos os números 5 a 11, em que o santo Padre oferece exemplos de jovens protagonistas do Antigo Testamento: «Numa época em que os jovens pouco contavam, alguns textos mostram que Deus os olhava com outros olhos (n.º 6)».

Nesta preparação para a JMJ, procuremos também nós, os mais velhos, olhar para as pessoas novas com o olhar de Deus: sem os adular acriticamente como se tudo o que fizessem fosse sempre bom, mas sem deixar de contar a sério com eles e com os seus múltiplos dons. Deus conta com eles e cada um tem muito para dar à Igreja e à sociedade.

Pe. João Paulo Pimentel