Do Pároco

Ser voluntário é sempre estar disposto a prescindir de um bem pessoal (o tempo, as férias, alguns passatempos) para bem de outros. Em certa medida, pressupõe aceitar que «os outros» fazem parte da minha vida, não são meros transeuntes com quem troco um breve olhar.

No momento presente, comprometer-se a ser voluntário na próxima JMJ em Lisboa, é expressar a vontade de colaborar mais ativamente em ser hóspedes de milhares de jovens e também do Santo Padre. É como dizer com os factos: vamos receber-vos de um modo amável e cheios de alegria, para que se sintam em vossa casa.

Para animar a que muitos, jovens e menos jovens, não percam esta oportunidade única de contribuir para um evento tão importante na vida da Igreja, transcrevo algumas palavras de Bento XVI e do Papa Francisco aos jovens voluntários na reunião final de algumas das Jornadas Mundiais.

«Graças à vossa colaboração, os jovens peregrinos puderam encontrar um amável acolhimento e uma ajuda para todas as suas necessidades. Com o vosso serviço, conferistes à Jornada Mundial a fisionomia da amabilidade, da simpatia e da dedicação aos outros. Mas o meu agradecimento é também uma necessidade do coração, porque estivestes atentos não só aos peregrinos mas também ao Papa, a mim. Em todos os momentos em que participei, lá vos encontrei: uns visivelmente e outros em segundo plano, possibilitando a ordem que se requeria para tudo correr pelo melhor. E também não posso esquecer o esforço da preparação destes dias. Quantos sacrifícios, quanta solicitude! Todos vós, cada um como sabia e podia, pouco a pouco fostes tecendo com o vosso trabalho e oração a maravilhosa tela multicolor desta Jornada. Muito obrigado pela vossa dedicação. Agradeço-vos este profundo sinal de amor.» (Bento XVI, Madrid, agosto de 2011).

No Panamá, o Papa Francisco disse assim: «Quisestes dedicar o vosso tempo, a vossa energia, os recursos a sonhar e construir este encontro. Poderíeis perfeitamente ter optado por outras coisas, mas quisestes comprometer-vos. Esta palavra, que querem cancelar: compromisso. Mas é isto – o compromisso – que vos faz crescer, que faz tornar-vos grandes, assim como sois. Dar o melhor de si mesmo para tornar possível o milagre da multiplicação não só dos pães, mas também da esperança. E, dando o melhor de vós mesmos, comprometendo-vos, fizestes o milagre da multiplicação da esperança. Precisamos de multiplicar a esperança. Obrigado! Obrigado por tudo isto! E nisto demonstrais mais uma vez que é possível renunciar aos interesses próprios em favor dos outros.» (Panamá, janeiro de 2019)

Sim, dará trabalho, mas vale a pena, sobretudo se o fizermos por Cristo e com Cristo.

Pe. João Paulo Pimentel