Do Pároco

As palavras do título são do Papa Francisco, na sua Mensagem para o dia Mundial do Doente. Evocam o comportamento do Bom samaritano, o homem que muda os seus planos para ajudar alguém que muito precisa.

Na Mensagem, o Papa explica que perante alguém debilitado ou doente existem duas possibilidades: continuarmos a avançar ao nosso ritmo deixando-o para trás ou, pelo contrário, ver nele “um apelo que interrompe a indiferença e abranda o passo de quem avança como se não tivesse irmãs e irmãos”. Seguindo a opção do Bom Samaritano, caminharemos então juntos com o doente, certamente a um ritmo menor, talvez deixando de fazer “coisas importantes”.

As palavras do Papa aplicam-se igualmente aos irmãos que estão espiritualmente doentes ou enfraquecidos. A compaixão, o interesse por ouvir a sua experiência de vida, a vontade de encontrar soluções para o seu mal… tudo isso parece atrasar o nosso caminho- atrasar as metas que nos tínhamos proposto. Mas esse é o ensinamento da parábola do Samaritano: descobrir que o novo ritmo que Deus nos pede é o que se adapta ao do nosso irmão mais fraco e que entra, por uma razão qualquer, na nossa vida.

Com frequência é enganador o pensamento de que não vale a pena parar para ajudar porque nada podemos fazer. Vale sempre a pena parar, estar com a pessoa e perguntar-nos sinceramente se algum gesto nosso a pode aliviar. Em concreto, pensando na JMJ de Lisboa, façamos tudo o que estiver da nossa parte para que os jovens doentes ou com alguma limitação que queiram estar presentes se sintam plenamente acolhidos.

O dia Mundial do Doente convida-nos a pensar em tanta gente, próxima ou não tão próxima, que precisa de tempo e atenção de outros. À luz da Mensagem do Papa, sugiro um breve exame de consciência:

– Rezo sincera e interessadamente pelos doentes que me pedem orações?
– Desejo que ocupem o meu pensamento e o meu coração os sofrimentos de outros ou procuro constantemente evasões que deles me distraiam?
– Procuro encontrar soluções práticas e eficazes para aliviar dores alheias?

Em Lurdes, Nossa Sra. revelou, uma vez mais, a solicitude do Céu para com os que sofrem.

Pe. João Paulo Pimentel