Do Pároco

Maria partiu apressadamente… Tinha vontade de estar com a sua prima o quanto antes. O Arcanjo tinha-lhe dado a conhecer que, pelo poder de Deus, Isabel, já de certa idade, tinha engravidado. Ela, a Cheia de Graça, seria mãe de um modo ainda mais excecional, também pela omnipotência divina. Maria percebeu assim que Ela e a sua prima estavam unidas de um modo particular, fruto de uma peculiar intervenção de Deus nas suas vidas.

Maria sentiu que precisava de se aproximar de Isabel. Queria estar fisicamente junto dela. Ajudá-la no que fosse preciso. Não lhe bastou uma união espiritual pela comunhão no dom. Queria estar junto dela.

Neste mês de janeiro, em que a Igreja reza pela unidade dos cristãos, a Visitação de Nossa Senhora pode lembrar-nos que o facto de termos dons em comum com outros cristãos não torna supérfluo o esforço por nos querermos aproximar mais deles, mesmo que, em determinadas circunstâncias, seja necessário percorrer um caminho fatigante.

A JMJ oferece uma boa oportunidade para aprender a unidade querida por Deus: se Deus quiser, em agosto de 2023 poderemos presenciar diversas espiritualidades, diversos modos de rezar a Jesus, diversas “invenções” da caridade para se ocupar de quem precisa. Seria uma pena perder uma tão atrativa oportunidade de perceber melhor que a diferença dos dons de Deus é secundária
ao facto de serem dons de Deus. Não se trata de os comparar para ver qual o melhor. Basta alegrar-se com a multiforme intervenção do Senhor.
S. João Paulo II, num dos seus livros autobiográficos, resumiu o capítulo dedicado às lições da primeira estadia na Cidade Eterna com as palavras: “Aprender Roma”. Aprender com os primeiros passos dos cristãos e, sobretudo, aprender a unidade.

Peçamos ao Senhor que em agosto de 2023, Deus cure as muitas feridas à unidade que a Igreja padece. Que os jovens possam contemplar encarnadas as famosas palavras atribuídas a Santo Agostinho: “No essencial; unidade; no não essencial, liberdade; em todas as coisas o amor”.

Entretanto, neste mês de janeiro, na semana do oitavário pela unidade dos cristãos (18 a 25), rezemos intensamente por esta intenção.

Pe. João Paulo Pimentel