Do Pároco

Logo na primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, no dia 13 de maio de 1917, os pastorinhos escutaram este pedido da Senhora vestida de branco: «Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra».

Na aparição de 13 de julho, Nossa Senhora insiste: «continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer». Ao mesmo tempo, explica às crianças que é necessário que as pessoas se convertam e deixem de ofender Nosso Senhor. A guerra é uma das consequências de um leviano e massivo afastamento de Deus.

As crianças não só entenderam perfeitamente a mensagem de Nossa Senhora como a levaram à prática imediata e generosamente. A eles, Nossa Senhora comunicará mais tarde a iminência do fim da guerra.

É impossível não admirar-se com esta «lógica» do Céu. Trava-se uma guerra feroz lá para o centro da Europa e Nossa Senhora aparece numa aldeia de Portugal a solicitar de três crianças que rezem o terço para que a guerra cesse! O Céu solicitou deles orações e sacrifícios pela conversão dos pecadores, pela sua eterna salvação, pelo Papa e pelo fim da guerra. É como se, durante algum tempo, lhes tivesse sido confiado o destino do mundo!

Estamos no mês de maio, tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora. Um modo simples e prático de o viver bem é começar a rezar diariamente o terço ou procurar rezá-lo melhor. Nas presentes circunstâncias, temos um motivo adicional para incorporar esta oração à nossa vida, cheios de confiança na sua eficácia: todos podemos colaborar com o fim da guerra, por um lado confiando muito mais no valor que Deus concede a esta simples oração. Ao mesmo tempo, a conversão pessoal, a reorientação filial do nosso coração para Deus, é um grande dom de Deus que devemos implorar para nós e para todos, apoiando-nos no terço.

«Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra». Permitam-me terminar com uma suave ironia, evocando uma frase da memória coletiva da história recente do nosso país e que se tornou famosa: qual destas palavras é que não percebemos?

Pe. João Paulo Pimentel