Pequenos gestos, grandes luzes

Pequenos Gestos, Grandes Luzes
Dez gestos do Papa Francisco

O Papa Francisco faleceu. A nossa piedade filial leva-nos a rezar por ele, agradecendo a Deus todo o seu ministério em favor da Igreja. Para isso, faz-nos bem recordar o seu Pontificado. Que legado nos deixou? Muito se escreverá nas semanas seguintes. Optei por recordar apenas dez gestos do Papa Francisco. Poderão não ser os principais, mas são aqueles que consegui alinhavar nestes momentos.

  1. No dia a seguir à sua eleição, o Papa dirigiu-se em autocarro com os Cardeais para pagar a conta do hotel onde estava hospedado antes do Conclave. Nalguma das intervenções posteriores falou de introduzir uma maior «normalidade» na vida do Papa.
  2. Santa Marta: a escolha do local onde quis viver. Em resposta a uma pergunta sobre as razões dessa escolha, explicou com simplicidade que se devia sobretudo a motivos psicológicos: precisava estar com pessoas, rodeado de pessoas.
  3. A sua primeira viagem apostólica foi à ilha de Lampedusa, a 8 de julho de 2013. Com essa visita, deu uma enorme visibilidade ao problema dos migrantes e às tragédias ocorridas no mediterrâneo. Os Papa anteriores, nas encíclicas sociais, tinham-se se referido de forma profunda à questão das migrações. No entanto, este gesto contribuiu para uma decisiva visibilidade da questão. Anos mais tarde, numa entrevista dada ao regressar de uma das suas numerosas viagens apostólicas, aconselhou um livro que evoca uma dramática história real: «Hermanito». (no nosso podcast temos um comentário ao livro).
  4. Por falar em viagens, o Papa Francisco fez uma clara opção por se dirigir a países menos ou nunca visitados pelos Pontífices até então: Israel, Jordânia, Palestina, Albânia, Sri Lanka, Cuba, Grécia, Albânia, Azerbeijão, Suécia, Egito, Myanamar, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Madagáscar, Ilhas Maurícias, Japão, Tailândia, Iraque, Cazaquistão, Barhein, Sudão do Sul, Mongólia, Indonésia, Papua Nova-Guiné, Singapura… O inestimável serviço à evangelização só será percetível com o tempo.
  5. Ensinou com gestos a importância de ir ter com os que sofrem, aproximar-se deles, escutá-los e rezar com eles.
  6. Numa das celebrações penitenciais na quaresma, rompendo o protocolo, o Papa foi o primeiro a confessar-se. Todos sabíamos que os Papas também se confessam, mas ver como o fazia com toda a naturalidade foi impactante.
  7. No dia 27 de março de 2020, a celebração e o discurso na praça de S. Pedro vazia pelas restrições do COVID foi impressionante: uma oração a sós diante de Jesus na Eucaristia, umas palavras que infundiram esperança, a certeza de que em todas as circunstâncias podemos recorrer a Jesus que verdadeiramente se importa connosco.
  8. A Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, uma das celebrações mais importantes do ano para a Igreja Católica, celebrada com frequência nas prisões, com o lava-pés e o beijo aos pés dos reclusos. Inesquecível.
  9. A decisão de despender recursos e iniciativas para ajudar os mais pobres, como as casas de banho em plena praça de S. Pedro para uso dos sem-abrigo.
  10. As vezes que telefonou diretamente para pessoas com problemas.

Haveria muitíssimo mais a dizer: aproximação e dedicação aos doentes e vulneráveis, as sextas-feiras da misericórdia, as 24 horas para o Senhor, os anos temáticos dedicados à Misericórdia, a S. José, à Oração; as viagens a Portugal com a Canonização dos Pastorinhos e a JMJ de Lisboa, etc, etc. Guardando-os na memória, deixemo-nos contagiar por estes gestos, agradecendo ao Senhor a sua vida ao serviço da Igreja e continuando a rezar pela sua alma.

Pe. João Paulo Pimentel

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