A igreja é de planta longitudinal simples. A torre sineira, adossada à fachada lateral esquerda, é flanqueada por cunhais de cantaria, nela se destacando o coruchéu bolboso.

Na fachada principal, o portal de moldura dupla de calcário com duplas pilastras toscanas, está rematado por pequeno friso com duas urnas. A porta tem a data de 1656, talvez da sua colocação. Por cima, a figura de um anjo com uma chave e a lápide comemorativa da reconstrução da igreja após o terramoto de 1755, sob patrocínio do Rei e do Conde de Oeiras (futuro Marquês de Pombal):

Em latim:
Hoc Mariae Templum Cœlique Porta vocatur
Haec terrae a motu praecipitata domus
Candiae ut hanc olim Princeps exstruxit Ioseph
Cum regnat primus nunc renovata manet
Hocque Oeirensis Comitis tum nomine fulget
aeternae dignum posteritatis opus
MDCCLXVIII
Em português:
Este templo é de Maria e chama-se a Porta do Céu.
Esta casa, tal como foi antigamente construída
pelo Príncipe de Cândia, foi derruída pelo terremoto.
E agora que reina José Primeiro,
não só está restaurada,
mas é uma obra digna de eterna posteridade,
que refulge com o nome do conde de Oeiras.
1768

Iluminam o coro três janelões, rematados pelas armas reais e um óculo preenchido por um florão de oito pontas.

O interior, bem iluminado por janelas altas, é de nave única, com a capela-mor mais estreita, a cobertura em falsas abóbadas de berço. Do coro alto, resta o arco abatido, apoiado em pilastras de cantaria. De ambos os lados da entrada, pias de água benta em calcário vermelho.

Na nave, pilastras e cornijas de mármore rosa e calcário branco. Os púlpitos quadrangulares, um de cada lado, são sóbrios e encimados por um friso em cantaria, que prolonga os ábacos das capelas adjacentes.

O arco triunfal, idêntico ao das capelas laterais, termina num frontão triangular, que será de finais do século XVIII, com bela composição em estuque: dois medalhões encimados pela coroa real, cercados por decoração vegetalista, ladeados por um ramo de carvalho e uma palma. Um dos medalhões emoldura o escudo português; o outro a chave da Porta do Céu.

A capela-mor é presidida pela imagem de Nossa Senhora da Porta do Céu. Dos dois lados da capela-mor, corredores que dão acesso às tribunas e que ligavam a igreja ao convento. A sepultura do Príncipe de Cândia está actualmente assinalada pela pedra funerária que se encontra diante do altar-mor.

Agradecemos à APCD pela produção de um folheto sobre a igreja paroquial de Nossa Senhora da Porta do Céu:

APCD – Associação Portuguesa de Cultura e Desenvolvimento