Já na Carta ao Presidente da comissão internacional contra a pena de morte, de 20 de março de 2015, o Papa Francisco se tinha pronunciado explicitamente contra a pena de morte.

É uma carta que vale a pena reler, pois explica de um modo mais amplo o conteúdo da nova redação do ponto 2267 do Catecismo da Igreja Católica. Aliás, já da 1ª para a sua 2ª edição do Catecismo tinha havido uma mudança significativa na redação desse ponto. No início dizia-se que seriam preferíveis outras soluções à pena de morte, mas a segunda redação defendia que, com a presente situação mundial, essas outras soluções tornavam praticamente inexistentes as condições que possam levar a optar pela pena de morte como remédio social.

O Papa Francisco, com esta ulterior modificação, deu um passo à frente para que todos lutemos pela sua erradicação. Não se trata apenas de afastar o recurso à pena de morte porque existam soluções alternativas eficazes, mas trata-se de negar o princípio de admissibilidade da pena, sejam quais forem as condições.

Quais as razões dadas para esta mudança?
A referida Carta explica muito bem os motivos, sintetizados agora no Catecismo. Aconselho a leitura tanto da nova redação do n.º 2267 do Catecismo como a referida Carta. Se desejar ulteriores elementos de reflexão, remeto para a nota redigida no meu facebook pessoal (Um Requiem para a pena de morte e o convite a ler «A sangue-frio»).

Pe. João Paulo Pimentel