Do Pároco
Prosseguimos a reflexão sobre a exortação apostólica, Cristo vive! do Papa Francisco, com a segunda das «três grandes verdades que todos precisamos de escutar sempre, uma e outra vez» (n.º 111).
Para nela meditarmos pausadamente, aconselho a leitura dos números 118 a 123 da exortação.
Escreve o Papa:
«E Cristo, que nos salvou dos nossos pecados na Cruz, com o mesmo poder da sua entrega total, continua a salvar-nos e resgatar-nos hoje. Olha para a sua Cruz, agarra-te a Ele, deixa-te salvar, porque, quantos se deixam salvar por Ele, são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento» (nº 119).
Há três questões que podem vir à nossa mente? Eu preciso de ser «salvo»? De quê? E se existe essa necessidade, como é que Cristo me salva?
Sim, todos precisamos da salvação. O problema é que alguns sabem disso e outros não sabem ou não querem saber. Jesus teve de explicar aos fariseus que julgavam não necessitar de qualquer tipo de libertação: «Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. Ora o escravo não fica para sempre na casa, mas o filho é que fica nela para sempre. Por isso, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres» (Jo 8, 34-36).
Jesus oferece-nos a verdadeira liberdade que nos permite não ficar escravos da nossa preguiça, do nosso egoísmo, do nosso orgulho, do apego excessivo a bens materiais ou virtuais, da dependência da pornografia ou de drogas, dos caprichos infantis, do medo da responsabilidade e do compromisso, das manipulações ideológicas… Jesus liberta-nos dos males, abrindo assim o caminho para «a» Salvação, a Vida eterna. Só Ele nos pode oferecer esse Bem para o qual fomos criados: estar com Deus para sempre.
Como é que Jesus nos salva? Com o «poder da sua entrega total». Jesus ensina-nos que o amor verdadeiro, o amor-doação, é o verdadeiro «poder». Experimentamos esse amor cada vez que nos confessamos, cada vez que recebemos Jesus na Eucaristia, cada vez que estamos com Ele em oração, cada vez que O reconhecemos nos que mais necessitam e com quem Ele se identifica…
No mês de novembro, somos convidados a pensar nos defuntos e na Salvação: nos que já se encontram em Deus e nos que ainda necessitam ser mais abraçados pelo poder do Redentor. Jesus purifica-os, contando também com os nossos sufrágios por eles.
É sempre Jesus Quem salva. Recorramos a Ele com maior confiança. O que o Senhor mais quer é que nos salvemos e vivamos para sempre com Ele.
Pe. João Paulo Pimentel