Do Pároco

O Batismo de Jesus é um marco importante na sua vida e na sua mensagem. Todos os anos a Igreja o assinala com uma festa própria. Nesse dia, termina o ciclo litúrgico do Natal e sabemos que, a seguir, iremos acompanhar a vida pública de Jesus no evangelho diário.

O gesto de Jesus no Jordão facilitará que a Igreja entenda melhor o mandato universal de Jesus: «Ide, pois, ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19).
Os primeiros cristãos entenderam perfeitamente a necessidade do Batismo, como elemento essencial de adesão a Cristo.

Depois do discurso de Pedro, no dia de Pentecostes, quando a multidão, tocada pelas suas palavras lhe pergunta o que deve fazer a seguir, S. Pedro responde sem hesitar: «Fazei penitência, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo» (At 2, 38).

O diácono Filipe batiza o eunuco etíope, depois de uma longa conversa catequética na carro daquele (cfr. At 8, 38) e são referidas famílias inteiras que recebem o batismo (cfr. At 16, 15; 16, 33; 18, 8; 1 Cor 1, 16).

Desde o início da Igreja, portanto, que os cristãos reconheceram a importância e urgência deste sacramento e não apenas nem principalmente como uma espécie de sinal externo e social da conversão do coração.

Tal como João Batista anunciara, o Batismo de Jesus não é apenas na água, mas «no Espírito Santo» (Mc 1, 8). Tal significa que o Batismo transforma realmente a pessoa, confere-lhe «algo» que antes não tinha: «a purificação dos pecados e o novo nascimento no Espírito Santo (Catecismo da Igreja Católica, 1262). Faz-se um grande bem às crianças e, no seu Batismo, «a pura gratuidade da graça da salvação é particularmente manifesta» (Ib. 1250).

Refiro tudo isto para transmitir-vos um desejo que brota do fundo do coração: depois de termos recuperado, em boa parte, a participação nas Eucaristias dominicais, as confissões, a catequese… é urgente olhar para os Batismos.

A situação atual devida à pandemia, embora dolorosa, oferece uma oportunidade para, no que aos Batismos se refere, recuperar o essencial. É certo que o Batismo justifica uma festa condigna, mas esta é acessória. Se não for possível ou prudente, pelo menos nos moldes em que se teria idealizado, seria bom que esse impedimento não levasse a atrasar um bem importantíssimo para a criança. Pode-se sempre batizar uma criança, tomando as cautelas sanitárias.

Por favor, caríssimas famílias, aproveitemos o contexto atual para reabilitar nos nossos corações o que é central no Batismo: a atuação de Deus nos vossos filhos.

Pe. João Paulo Pimentel