Unidos pela Palavra

No mês de janeiro celebramos o oitavário para a unidade dos cristãos.
Um dos elementos essenciais para cultivar a unidade entre os cristãos é a escuta da palavra de Deus tal como explicou Bento XVI na Exortação Verbum Domini (n.º46):

na própria Escritura, encontramos a comovente súplica de Jesus ao Pai pelos seus discípulos para que sejam um só a fim de que o mundo creia (cf. Jo 17, 21). Tudo isto nos fortalece na convicção de que escutar e meditar juntos as Escrituras nos faz viver uma comunhão real, embora ainda não plena; pois “a escuta comum das Escrituras impele ao diálogo da caridade e faz crescer o da verdade”.

É lógico que seja assim. A Palavra de Deus sempre teve o dom de convocar os homens, de os reunir. Quantas vezes, ao lermos os Evangelhos, encontramos multidões reunidas à volta de Jesus escutando com gosto as suas palavras. A Igreja mantém a convicção de que a Palavra de Deus pode unir, desde que seja escutada com veneração e atenção. O recurso à Palavra nas celebrações ecuménicas ajuda a pensar na eficácia que ela pode ter para a unidade familiar.

É ainda o referido documento a relembrar:

o Sínodo deseja que cada casa tenha a sua Bíblia e a conserve em lugar digno para poder lê-la e utilizá-la na oração. (…) O Sínodo recomendou também a formação de pequenas comunidades entre famílias, onde se cultive a oração e a meditação em comum de trechos apropriados da Sagrada Escritura. Os esposos lembrem-se de que “a Palavra de Deus é um amparo precioso inclusive nas dificuldades da vida conjugal e familiar”» (n.º 85).

Sugiro que em cada família se encontre um modo concreto, amável e ao gosto de todos para se sentirem ainda mais unidos pela Palavra de Deus.

Pe. João Paulo Pimentel